Você sabe como é realizado o balanceamento de uma equação por tentativas? Se você já passou por uma necessidade de fazer o balanceamento, e ficou perdido(a), se liga nessas dicas, pois tenho certeza que o balanceamento de uma equação não vai ser mais o seu problema.
E aí, preparado(a) para reagir, ops, balancear?
NA NATUREZA, TUDO SE TRANSFORMA!
Muitos me perguntam qual é a finalidade do balanceamento de uma equação. Há algum fundamento que possa nos dar um eixo norteador, sobre a importância de estudar esse assunto?
E a resposta é: SIM!
Sempre gosto de falar de uma frase famosa, que costuma resumir bem a Lei de Conservação das Massas (ou Lei de Lavoisier):
“Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”
Antoine-Laurent Lavoisier
Vou mostrar um exemplo para você entender onde quero chegar.
Considere a reação entre nitrogênio molecular (representado por N2) e hidrogênio molecular (representado por H2), resultando em amônia (representada por NH3):
N2(g) + H2(g) → NH3(g)
De acordo com as massas, que podem ser obtidas na tabela periódica, temos que a massa molar do nitrogênio, hidrogênio e amônia, serão respectivamente de: 28 gramas, 2 gramas e 17 gramas.
Aplicando essa informação na equação, teremos:
28 gramas de N2(g) + 2 gramas de H2(g) → 17 gramas de NH3(g)
Eu poderia escrever de outra forma, levando em consideração somente os valores, caso você não esteja entendendo onde quero chegar:
28 + 2 = 17
Como assim 28 + 2 resulta em 17? Tem algo errado nisso, você não acha?
ACERTANDO OS COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS
Se “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, é hora de tentar acertar essa equação. Olha o que vou fazer:
Passo 1: vou duplicar a quantidade de amônia
- Antes: N2(g) + H2(g) → NH3(g)
- Depois: N2(g) + H2(g) → 2 NH3(g)
Observação importante: veja que antes eu tinha 17 gramas de NH3, e agora eu passo a ter 34 gramas no total.
Passo 2: vou triplicar a quantidade de hidrogênio
- Antes: N2(g) + H2(g) → 2 NH3(g)
- Depois: N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)
Observação importante: veja que antes eu tinha 2 gramas de H2, e agora eu passo a ter 6 gramas de H2.
Vamos refazer o cálculo?
Antes: 28 gramas de N2(g) + 2 gramas de H2(g) → 17 gramas de NH3(g)
Agora: 28 gramas de N2(g) + 6 gramas de H2(g) → 34 gramas de NH3(g)
Observe que agora, temos que 28 + 6 = 34, ou seja, nada foi perdido e nem foi criado…
Tudo se transformou!
Poético, não?
MAS COMO VOU FAZER O BALANCEAMENTO POR TENTATIVAS?
Agora que você já viu a importância do balanceamento, vou te passar uma dica, que é uma das formas de se fazer o balanceamento por tentativas. Existem outras formas, mas vamos focar em uma delas, tá?
Diga-se de passagem, a forma que vou explicar, foi justamente a forma que utilizei para balancear a equação de síntese da amônia.
Uma forma rápida de se resolver esse problema, se chama “Regra do MACHO”. O próprio nome da regra vai lhe dar a ordem que você deve seguir. Observe:
1º Acertar o Metal
2º Acertar o Ametal
3º Acertar o Carbono
4º Acertar o Hidrogênio
5º Acertar o Oxigênio
Viu? Por isso é regra do “MACHO”
APLICANDO A REGRA DO MACHO NO BALANCEAMENTO POR TENTATIVAS
Na reação N2(g) + H2(g) → NH3(g), qual foi a primeira coisa que reparei? Como não tinha metal, fui direto para o nitrogênio, que é classificado como um ametal.
Do lado esquerdo da equação, observei que tínhamos 2 nitrogênios (representado por N2) e do lado direito, eu tinha apenas 1 nitrogênio (representado por NH3).
Percebi que eu precisava igualar esses valores. Observe que eu não utilizo das massas como parâmetro para balancear, mas sim, o número de átomos que estão aparecendo na equação.
Entendeu como fazemos?
O que nós fazemos para acertar esses valores, é alterar o coeficiente estequiométrico do lado que tem a menor quantidade de átomos. Se vocÊ ainda não sabe o que significa “coeficiente estequiométrico”, calma que daqui a pouco vou lhe explicar.
Se do lado esquerdo tinham 2, e do lado direito tinha 1, eu coloquei o coeficiente 2 na frente da amônia (lado com menos átomos de N), pois 2 multiplicando 1 resulta em 2.
Por isso, o que antes era N2(g) + H2(g) → NH3(g), agora passou a ser N2(g) + H2(g) → 2 NH3(g), onde aquele 2 que nós colocamos, é o chamado “coeficiente estequiométrico”.
Só que esse coeficiente também multiplica o hidrogênio. Ainda assim, lhe peço calma, pois já já chegaremos nele.
Depois de acertado o ametal, vamos para o carbono.
Tem carbono?
Não!
Então vamos para o hidrogênio.
Do lado esquerdo da equação, o que temos?
N2(g) + H2(g) → 2 NH3(g)
Dois átomos de H (representado por H2).
E no lado direito?
Seis átomos de H (representado por 2 NH3).
Se você não entendeu o motivo de termos seis hidrogênios, considere que o coeficiente 2 multiplica tudo. Tudo bem?
Dica: é como se fosse NH3+ NH3.
Sabendo que eu tenho que alterar do lado que tem a menor quantidade de átomos de H, eu observei que vou ter que alterar o coeficiente do H2, que nesse caso, eu colocaria 3, pois 3 multiplicando 2 é igual a 6.
Daí, temos a equação balanceada: N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)
Essa é uma equação simples, que serve para você compreender como utilizamos a regra do MACHO, dentro da temática de balanceamento por tentativas. Nem sempre esse método que expliquei vai funcionar, mas na maioria das situações, tenho certeza que vai lhe ajudar bastante.
E aí, que tal tentar fazer alguns exercícios sobre esse tema, pra ver se você entendeu?
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