As lagartixas existem há milhões de anos na Terra, mas foi só em 1960 que os cientistas finalmente descobriram como esses pequenos répteis parentes dos lagartos conseguem desafiar a gravidade e andar pelas paredes e teto sem cair.
Antes, acreditava-se que essa habilidade estava relacionada à existência de pequenas ventosas nas patas da lagartixa que as “colavam” na parede. No entanto, a hipótese foi descartada porque o réptil também andava em superfícies onde as ventosas não teriam aderência, como em locais molhados ou muito lisos ou no vácuo.
Em 1960, um cientista alemão chamado Uwe Hiller sugeriu que essa habilidade estava relacionada a um tipo de força de atração e repulsão entre as moléculas da pata da lagartixa e as da parede. Essa força é conhecida como forças intermoleculares ou forças de Van der Waals.
Na prática, funciona assim: as patas das lagartixas têm milhões de pequenos pelos, chamados de setae – uma espécie de cerda queratinosa minúscula com terminação pontiaguda microscópica. Quando a lagartixa dá um passo, há um deslocamento de elétrons entre os átomos da pata da lagartixa e os átomos da superfície parede, gerando uma força de atração intermolecular que a mantém grudada na vertical. Esta força de adesão da lagartixa é a seco. Se fosse uma adesão úmida, com substâncias mucosas ou oleosas criando uma “cola” e agindo pela pressão negativa (o vácuo), ela não conseguiria andar em superfícies molhadas e muito lisas.
Recentemente, também descobriram que, além dos dedos grandes com muitas cerdas, as lagartixas também “endurecem” o corpo de forma geral ao andar, o que aumenta as forças de Van der Waals. Mas não pense que todo mundo acreditou na explicação dada por Hiller lá em 1960. Foi só quarenta anos depois que uma equipe de cientistas conseguiu provar que o fato de as lagartixas conseguirem andar pelas paredes sem cair estava mesmo relacionado às forças intermoleculares.
Texto extraído e adaptado do site uol.