Fala Gás Nobre, hoje falaremos sobre a bomba de Hiroshima, a primeira bomba atômica da história que foi utilizada em uma guerra e contra alvos civis.

A bomba de Hiroshima foi lançada em 3 de agosto de 1945 sobre a cidade japonesa de Hiroshima durante a fase final da 2ª Guerra Mundial, que teve início em 1939 com a invasão da Polônia pelos alemães e durou até dia 2 de setembro de 1945, quando os japoneses assinaram sua rendição.

Antes de falarmos sobre a bomba atômica, iremos contextualizar um pouco sobre o evento de escala mundial em que sua criação e uso aconteceram, a 2ª Guerra Mundial.

A 2ª Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, que envolveu diversos países do mundo. Esse conflito contou com a participação de todas as potências mundiais da época, divididas em duas organizações militares opostas, chamadas de “Aliados” e “Eixo”. Foi o conflito com o maior número de militares mobilizados, chegando em torno dos 100 milhões. Também foi um conflito marcado por ataques a civis, como por exemplo, o holocausto e os ataques com bombas atômicas as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. A estimativa de número de vítimas diretas do confronto seja de 50 a 70 milhões de pessoas, sendo assim, o conflito mais letal de toda a história mundial.

Bomba de Hiroshima

Por ser um conflito envolvendo inúmeros países e vários continentes, a guerra e os confrontos se sucediam em mais de uma frente de batalha. Foi em 1945, após o fim do conflito na Europa com a rendição da Alemanha nazista, que as batalhas na Ásia se intensificaram.

O conflito na Ásia havia começado antes mesmo da 2ª Guerra Mundial, pois o Japão já encontrava-se em guerra com a China. No entanto, os Estados Unidos entram nesse confronto quando o Japão realiza um ataque à base naval estadunidense de Pearl Harbor, localizada no Havaí, em 7 de dezembro de 1941. Este ataque fez com que os EUA declarassem guerra contra o Japão e passassem a participar oficialmente na 2ª Guerra Mundial.

No início, o Japão conseguiu diversas vitórias e conseguiu conquistar inúmeros territórios, derrotando as tropas estadunidenses, inglesas e francesas em diversas partes da Ásia, como: Filipinas, Malásia, Cingapura, Hong Kong, Birmânia, Índias Orientais Holandesas, entre outras. No entanto, o Japão não conseguiu manter os custos de guerra e começou a ver suas numerosas vitórias tornarem-se amargas derrotas.

A virada da batalha entre EUA e Japão iniciou-se após a Batalha de Midway, na qual a frota da Marinha Imperial Japonesa foi muito danificada. Após esse episódio, o Japão passa a acumular derrotas que pouco a pouco o encurralaram no território de seu país. No entanto, mesmo com tais derrotas e com a rendição assinada pelos alemães em maio de 1945, os japoneses não se rendiam, oferecendo resistência através dos kamikazes, que eram pilotos que utilizavam de forma suicida seus aviões abarrotados de bombas contra os navios da marinha dos EUA.

Paralelamente a 2ª Guerra Mundial, os EUA desenvolviam e trabalhavam no seu projeto chamado de “Projeto Manhattam”, que era uma iniciativa de pesquisa para o desenvolvimento de um armamento baseado na fissão do átomo. Esse projeto contava com uma grande quantidade de cientistas e engenheiros estadunidenses e de tantos outros que haviam fugido dos governos nazifascistas europeus. O projeto tinha como objetivo se adiantar aos alemães na criação dessa bomba, que utilizaria a energia gerada a partir da fissão nuclear do urânio e do plutônio.

O primeiro teste realizado com sucesso com umas destas bombas criadas pelo Projeto Manhattan aconteceu em 16 de julho de 1945, no deserto de Alamogordo, no estado do Novo México, quando uma bomba de plutônio foi despejada por um avião.

Naquele mesmo mês, em julho de 1945, o Imperador japonês Hirohito se recusou a assinar a rendição proposta pelos EUA. Desta forma, o então presidente dos EUA, Henry Truman, decidiu utilizar o novo armamento recém criado para aterrorizar os japoneses e forçar sua rendição, evitando assim a invasão do país com tropas estadunidenses. A decisão baseava-se em cálculos de que uma invasão e posterior combate em território japonês resultaria na morte de praticamente um milhão de militares aliados.

Desta forma, no dia 6 de agosto de 1945, um bombardeiro B-29, apelidado de Enola Gay, despejou uma bomba de urânio, chamada de “little boy”, sobre a cidade de Hiroshima. A bomba explodiu a 570 metros do solo, formando uma imensa bola de fogo no céu, com uma liberação absurda de calor e gerando uma imensa nuvem de fumaça na forma de cogumelo, que alcançou mais de 18 km de altura. A bomba causou danos num raio de 5km, restando apenas parte do edifício onde era um museu e hoje é o Memorial da Paz de Hiroshima. Cerca de 80 mil pessoas morreram imediatamente após a explosão e outras milhares devido às graves queimaduras, ferimentos e principalmente devido ao envenenamento e exposição a doses altíssimas de radiação. Estima-se que o número total de vítimas ultrapassa os 160 mil.

Bomba de Hiroshima

A bomba de Hiroshima foi a primeira bomba atômica utilizada em uma guerra e contra alvos civis, no entanto, não foi a última. Três dias depois, outro bombardeiro B-29, apelidado de Bockscar, despejou outra bomba atômica de plutônio, chamada de “Fat Man”, mais forte que a de Hiroshima, sobre a cidade japonesa de Nagasaki. As perdas humanas nesse segundo ataque foram menores que em Hiroshima devido a topografia da cidade, localizada entre as montanhas. No entanto, o número de mortos imediatos ultrapassou os 40 mil e o número total, devido a complicações como queimaduras, envenenamento e exposição a radiação, chega aos 80 mil. 

Bomba de Hiroshima

Desta forma, o Japão anuncia sua rendição e saída do confronto e em 02 de setembro de 1945, o Imperador japonês assina a rendição do seu país.

Com estes dois ataques põem-se um ponto final na 2ª guerra mundial. No entanto, fica para a população mundial, em particular a população japonesa, o terror frente a esse novo instrumento militar com tamanho potencial destrutivo.

Gás Nobre, agora que falamos sobre a história por trás desta bomba, vamos comentar sobre alguns conceitos científicos. A bomba atômica é uma forma de utilizar a energia liberada pela fissão nuclear, neste caso, para fins bélicos. Não vamos entrar aqui na discussão se é correto ou não utilizar esse tipo de conhecimento científico e energia para tal fim, mas apenas no que é este tipo de energia.

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A fissão nuclear é caracterizada pela desintegração de um núcleo atômico pesado em núcleos menores e mais instáveis. Por exemplo, o urânio-235 é um isótopo naturalmente instável e possui a tendência a desintegrar-se em 2 núcleos menores mais estáveis, o Bário-144 e o Criptônio-89, além de liberar 3 nêutrons.

Bomba de Hiroshima

Leia mais em: Urânio

Este processo, pode ser utilizado para fins benéficos como a produção de energia em usinas nucleares como para fins bélicos em bombas nucleares, onde a fissão nuclear instantânea de uma quantidade de massa considerável de urânio ou plutônio pode gerar a liberação de quantidades absurdas de energia e calor, o que resulta no alto poder destrutivo deste armamento.

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Irã e o enriquecimento de urânio: Uma nova bomba nuclear?  

Vale lembrar que além do poder destrutivo destas bombas, temos a questão das emissões radioativas liberadas por ela, que resultam em contaminação do solo, das águas, da atmosfera, afetando todos os seres vivos daquela região. Essa contaminação resultou inclusive na morte de inúmeras pessoas posteriormente a explosão por envenenamento radioativo.

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Lixo Nuclear 

Gás Nobre, uma curiosidade é que o poder destrutivo das bombas são sempre medidos em escala de poder detonantes das dinamites (TNT). Para se ter uma ideia, a bomba de Hiroshima tinha o mesmo poder de 15 mil toneladas de dinamite, por isso foi tão devastadora.

Encerro aqui com mais uma curiosidade, você sabe quem foi o inventor da dinamite? Foi Alfred Nobel (1833-1896), um químico e inventor sueco. Sua invenção resultou em significativos avanços na construção civil, como aberturas de canais e túneis. No entanto, tempos depois a dinamite teve uso militar, sendo utilizada em conflitos por todo o mundo. Nobel ficou muito rico com sua invenção, no entanto, possuía ideais pacifistas e tal uso o deixou pensativo. Nobel resolveu então destinar sua fortuna para a criação de uma fundação que premiasse todos os anos cientistas que mudaram o mundo, criando então as categorias de química (pois era químico), física e literatura (áreas em que possuía interesse pessoal), medicina e paz. Sendo posteriormente criada a premiação na categoria Economia, sendo esta última paga pelo banco central da Suécia. Desta forma, todos os anos são premiadas pessoas que se destacam nestas categorias, que recebem uma medalha e uma premiação em dinheiro a partir de fundos da Fundação Nobel.

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